Vinho e Saúde

"O vinho tinto faz bem para o coração"

Isso muita gente já ouviu falar. Mas, a cada novo estudo científico, outros benefícios são atribuídos à mais antiga bebida do mundo. E para a surpresa de muitos apreciadores, os vinhos tintos brasileiros estão em segundo lugar na lista dos que contêm o maior percentual da substância "curativa".

Dieta equilibrada, adeus à vida sedentária... e dois cálices de vinho tinto ...

Essa é a receita mais indicada e conhecida pela comunidade médica como elixir do coração, que apesar de eficiente é muito antiga, Asclepíades, médico notável da época de 124-40 a.C. já recomendava o consumo modeado da bebida properada por Noé após o dilúvio.

O vinho passou também a ser visto com importante aliado contra degeneração macular, umas das mais comuns causas da cegueira, e hipertrofia prostática benigna, conhecida popularmente por aumento no volume da próstata. Pesquisas também sugerem a melhoria no curso da diabetes e doenças neurológicas como a demência e o mal de Alzheimer.

A Universidade de Harward, Estados Unidos, fez um estudo que relatou menor incidência de úlcera do duodeno nos casos tratados com uso da bebida, de forma moderada, até duas taças ao dia.

Mas apesar dos avanços científicos o melhor resultado ainda é na área da cardiologia, afirma o Dr. Protásio Lemos da Luz, diretor da Unidade de Arteriosclerose do Instituto do Coração (Incor), um dos maiores estudiosos do Brasil nesse assunto.

Na década de 90, depois do episódio conhecido como “paradoxo francês” uma questão intrigava o mundo científico, como os franceses que eram adeptos de uma alimentação rica em gordura saturada eram menos propensos aos males cardíacos em relação ao resto da população. O Resultado de uma pesquisa feita pela Universidade de Harward é que o hábito de tomar vinho tinto contrabalançava os exageros da comida. Porém pesquisas mais recentes indicaram os flavonóides, pigmentos encontrados na casca da uva vermelha, o que deixa claro que o consumo deve ser de vinho tinto e não branco como prováveis responsáveis pelo efeito curador. Alimentando a tese de que até o suco da uva poderia trazer benefícios idênticos ao do vinho sem a necessidade de ingerir álcool.

Na verdade a cada nova pesquisa, essa questão ainda gera muita polêmica. Grupos científicos defendem o uso do vinho alegando que é o álcool que potencializa os efeitos benéficos dos flavonóides, já em estudos médico brasileiro, com ratos, as duas bebidas apresentaram os mesmos resultados. Uma polêmica à parte, é o trabalho pioneiro do professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), André Souto, que analisou 36 amostras da bebida brasileira e constatou que ela contém grande quantidade de resveratrol, substância dos flanóides “ou seja, perdemos apenas para os franceses sob esse aspecto”. De acordo com o professor, o sol e a umidade favorecem muito a proliferação de um fungo que faz com que a planta sintetize o resveratrol. “ As plantações brasileiras encontram-se em regiões com bastante umidade”. O professor disse ainda que teve o patrocínio da Fundação de Amparo as pesquisas do Rio Grande do Sul, portanto seus estudos não tiveram influência das vinícolas da região. Mas mesmo assim, a descoberta pode ser um bom empurrão para as vinícolas já haviam perdido a sede por conta dos preços dos tintos importados.